Episódio 3 Eu e CEFET

No final de 2005 recebi um email da professora Heloísa Maria Barbosa do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da UFMG, informando que um concurso estava para ser realizado no CEFET-MG, para a área de transportes. Eram duas vagas e fiz inscrição despretensiosamente, pois a bibliografia para o concurso era muito orientada à engenharia de tráfego. Decidi não me preparar para o concurso, pois o prazo era exíguo e eu não conseguiria me organizar para estudar. Apostei na ideia de que somos preparados ao longo da formação acadêmica. E deu certo! Fiz a prova teórica, fiquei em segunda colocação depois de escrever mais de 20 laudas. Entreguei a documentação e sorteei meu tema para a prova didática: Projetos Viários. Heloísa era um dos membros da banca e tinha sido minha professora desse conteúdo especificamente. Como eu poderia ministrar uma aula para minha professora de um assunto que ela me ensinara e sobre o qual eu não tinha me especializado?

Resolvi concentrar meus esforços na organização pedagógica da aula, elaborando um plano de aula estruturado e destacando muito mais a proposta do que o conteúdo. Naquele momento eu já tinha alguns anos de experiência como professora, apesar de nenhuma qualificação formal docente. Acho que a aula foi boa, pois fui aprovada para uma das vagas e, no dia 10 de fevereiro de 2006, tomei posse.

Ingressei no CEFET-MG na coordenação de curso técnico em Transporte e trânsito. Não éramos um departamento. Éramos duas coordenações de curso que contemplavam o técnico em Transportes e Trânsito e o técnico em Estradas cada uma. Tudo era novidade. Desde a ideia de lecionar para adolescentes (eu me sentia e até hoje me sinto adolescente), até a estrutura de uma Instituição de Ensino pública. Prontamente recebi o cargo de coordenação de laboratórios dos cursos, o que me proporcionou uma aprendizagem rápida sobre como funcionava a gestão institucional, os processos de compras e pregões, a gestão da demanda por insumos laboratoriais. Há alguns anos não via um aparelho de Casagrande (confesso que precisei pesquisar o nome para escrevê-lo aqui!) e precisei reaprender um pouco daquele universo da geotecnia e conhecer implementações em asfaltos, infra e superestrutura viária. Por meio dessa atuação como coordenadora de laboratório conheci muitas pessoas na instituição.

Conheci a estrutura organizacional. Naquela época ainda havia pouca formalização dos processos institucionais e, portanto, as relações pessoais eram essenciais para que os processos fossem executados. Não havia digitalização dos meios de formalização das demandas e dos posicionamentos institucionais e pouca alocação de recursos humanos dedicados às funções administrativas. Nós, coordenadores, éramos responsáveis por redigir atas, memorandos, distribuir documentos fisicamente pelo campus. Confesso que essa pessoalidade e a morosidade na condução dos processos administrativos me incomodaram bastante, e tudo o que pude “digitalizar” dentro da coordenação, o fiz.

Logo passei a ser coordenadora do curso de Estradas e em seguida de Transportes e Trânsito. Exerci alguma função de coordenação até 2009, quando gozei licença maternidade. Dentre as atividades administrativas que já exerci, a coordenação de cursos é a mais interessante. Ela contempla a participação ativa em órgãos colegiados responsáveis pelas discussões pedagógicas e curriculares. Aprendi muito sobre como funcionam as referências curriculares nacionais para o ensino profissional e tecnológico e como são base para a construção da estrutura dos cursos técnicos. Discuti institucionalmente e construí argumentações para o MEC com foco na necessidade de adequação do curso técnico em Transportes e Trânsito ao Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (e vice-versa). Fiz inúmeras reuniões com estudantes e familiares na busca de soluções para as dificuldades familiares e pessoais em relação à instituição.

Como docente, nesse período entre 2006 e 201619, lecionei essencialmente nos cursos técnicos da coordenação que tornou-se Departamento de Engenharia de Transportes a partir da implementação do curso de Engenharia de Transportes. Ministrei, de maneira consistente, as disciplinas “Gerenciamento de Transportes de Carga,” “Operação de Transportes de Cargas,” “Políticas e Planejamento de Transportes” e “Administração” para os cursos técnicos.

Em 2008 elaboramos e implementamos a reestruturação dos cursos técnicos integrados, e as disciplinas tornaram-se anuais, com alteração da estrutura curricular dos cursos. As disciplinas dos cursos técnicos na modalidade concomitância externa e subsequente (quando o estudante não cursa o ensino médio de maneira integrada ao ensino profissionalizante) eram ofertadas no turno noturno e a estrutura curricular não sofreu alterações importantes. Entretanto, para os cursos integrados diurnos (ensino médio profissionalizante), as disciplinas que passei a ministrar foram denominadas “Logística,” “Transporte de Cargas Eventualmente ministrei algumas disciplinas para a Engenharia de Produção Civil, como”Distribuição Física de Produtos e Layout" e “Logística.”

Em novembro de 2009 deixei as funções de coordenação de cursos/laboratórios para ser mãe. Imersa na licença maternidade, me ausentei de todas as atividades profissionais e acadêmicas. Naquele ano, antes da licença, participei da comissão de reestruturação do projeto político-pedagógico do curso de Engenharia de Transportes, que foi aprovado institucionalmente em 2012 (3.1). Era um projeto muito especial, especialmente por se tratar de mais uma oferta de cursos de engenharia gratuitos noturnos, se consolidando como uma síntese dessa área de conhecimento na formação de profissionais e num processo de inclusão devido ao acesso a estudantes que precisam trabalhar.

Engenharia

Figura 3.1: Engenharia

Retornando da licença em 2010, já estava cursando disciplinas isoladas no programa de geografia da PucMinas e conciliei as atividades acadêmicas e administrativas até que, em 2011, gozei de licença para capacitação. Além de todo investimento público na minha formação acadêmica a partir do ensino superior, o CEFET_MG foi muito importante na continuidade da minha formação. A instituição efetivamente investe na qualificação do capital humano. Obtive licença de 3,5 anos e fomento financeiro para pagamento das mensalidades do doutorado.

Como os assuntos do coração permeiam toda minha vida profissional e acadêmica20, engravidei do João em 2012, ainda cursando disciplinas do doutorado. João nasceu em dezembro daquele ano e, seis meses depois, embarcávamos para um período de doutorado-sanduíche na França. Não fiquei imersa na maternidade durante a licença após o nascimento do João, pois vivia novos desafios acadêmicos21.

Em 2015, apesar de ainda estar em fase de conclusão da minha tese de doutorado, retornei às atividades no CEFET-MG. Assumi a sub-coordenação da Engenharia de Transportes já com um arranjo para que eu me tornasse coordenadora assim que o doutorado fosse concluído; e assim foi feito.

Em 20 de agosto de 2015 defendi o doutorado e assumir a coordenação de Engenharia de Transportes. 2015 e 2016 foram anos de muito trabalho, pois o curso estava em implementação. Como coordenadora, além das atribuições da rotina normatização do colegiado, fui responsável:

  • pela revisão de pré e correquisitos da matriz curricular do curso, em alinhamento com a equalização de disciplinas da instituição;

  • pela regulamentação do colegiado do curso de graduação em Engenharia de Transportes;

  • pela instituição de critérios para classificação de candidatos a vagas remanescentes para obtenção de novo título;

  • pela regulamentação do núcleo docente estruturante do curso de graduação em Engenharia de Transportes;

  • pelas atividades de acompanhamento de estágios curriculares do curso de graduação em Engenharia de Transportes;

  • pela coordenação do início das discussões sobre um currículo mínimo e as habilitações profissionais entre os cursos de Engenharia de transportes e mobilidade do país. O CEFET-MG sediou a primeira reunião dos representantes dos cursos

Encontro Nacional dos coordenadores de cursos de graduação

Figura 3.2: Encontro Nacional dos coordenadores de cursos de graduação

Participei ainda da construção do regulamento para os trabalhos de conclusão de curso para o curso de graduação em Engenharia de Transportes e de todo o processo de organização para recebermos o MEC em sua visita de reconhecimento do curso. Após a visita no final de 2019, o curso recebeu nota máxima em seu reconhecimento!

Considerando funções administrativas institucionais, já participei e participo de diferentes comissões temporárias e permanentes, como:

  • Comitê de Ética em Pesquisa CEP/CEFET-MG;

  • Câmaras Temáticas da Comissão de Iniciação;

  • Participação em Bancas Examinadoras do Concurso Público de Provas e Títulos para provimento de cargas da carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico;

  • Participação em bancas examinadoras de processo seletivo simplificado para professores substitutos/temporários;

  • Outras comissões temporárias;

  • Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Administração22;

  • Colegiado do curso de graduação em Administração23.

De 2017 a 2019, além daquelas ministradas nos cursos técnicos, lecionei as seguintes disciplinas para o curso de engenharia de transportes:

  • Introdução à engenharia de transportes;

  • Tópicos especiais: Geografia dos Transportes;

  • Logística Urbana;

  • Orientação de estágio supervisionado;

  • Trabalho de conclusão de curso I;

  • Trabalho de conclusão de curso II;

  • Gestão do transporte de cargas;

  • Planejamento ferroviário.

São muitos cursos, mas todos têm, em alguma dimensão, parte da minha essência como pesquisadora. Ministrar a disciplina “Introdução à Engenharia de Transportes” foi muito especial. Primeiro, por ser a disciplina responsável por apresentar essa área de conhecimento de forma integrada para os estudantes. Segundo, porque o doutorado em Geografia me fez entender a necessidade do contexto social, econômico, político, ambiental, cultural, histórico e locacional para que possamos entender quaisquer processos naturais ou sociais. Assim, para essa disciplina, precisei:

Em 2020, comecei uma jornada renovadora no CEFET-MG. Mudei de departamento e fui para o Departamento de Ciências Sociais Aplicadas24.

No meu primeiro semestre no DCSA, precisei lecionar a disciplina Gestão da Qualidade. Havia 15 anos que não lecionava esse conteúdo e muito havia mudado na minha maneira de ver o mundo organizacional, social e o papel da docência nesse contexto. Fomos ainda surpreendidos pelo ensino remoto emergencial, devido ao distanciamento social preconizado como medida não farmacêutica para contenção da difusão do SARS-CoV-2. Confesso que Gestão da Qualidade não seria, de longe, minha primeira opção. Vasculhei a documento das vezes em que ministrei essa disciplina e verifiquei que não conseguiria aproveitar nada do que havia produzido anteriormente.

Penso que podemos ministrar qualquer conteúdo sob diferentes perspectivas. Em 2005, quando lecionei Gestão da Qualidade, tive uma abordagem positivista da disciplina, apresentando ferramentas e funcionalidades para os estudantes. É usualmente a proposta dos livros-texto. Entretanto, em 2020, meu esforço ao ministrar essa disciplina foi fazer uma análise crítica da Gestão da Qualidade considerando:

  • a cronologia dos conceitos e como foram incrementalmente sendo alterados;

  • a função organizacional privada e os desafios contemporâneos relativos à responsabilidade social e ambiental;

  • o repensar do papel da padronização de processos em um contexto de 4a revolução industrial em que máquinas são responsáveis por processos decisórios e as competências mais demandas dos profissionais são a criatividade, a capacidade de colaboração, a empatia, a flexibilidade, a capacidade de comunicação, o pensamento crítico, a liderança, a iniciativa de antever situações que podem ser inadequadas ao processo de produção.

Foi muito interessante explorar discussões mais conceituais sobre os processos de produção do que apenas instrumentalizar os estudantes e explorar essa proposta em pleno ensino remoto por conta da pandemia.

Ainda no primeiro semestre letivo de 2020, fui presenteada com uma disciplina optativa intitulada GIS e análise espacial para ciências sociais. Foi um enorme desafio construir instrumentos para que os estudantes pudessem se apropriar dos elementos conceituais e das ferramentas que permitem espacializar a informação para entendimentos dos processos relacionados às ciências sociais. É sempre um prazer ofertar um curso que permite apresentar e discutir os fundamentos mais interessantes que você tem aprendido.

No segundo semestre de 2020, alinhado à discussão que apresento no episódio 4 deste memorial, ofertei duas disciplinas semelhantes, sendo uma para a graduação (Análise de dados para a gestão organizacional) e outra para o mestrado em Administração (Análise de dados aplicada ao processo decisório).

Foi muito desafiador por alguns motivos:

  • grande parte do conteúdo eu ainda precisaria aprender;

  • estávamos e seguimos em ensino remoto;

  • os cursos dependem de aspectos conceituais e de desenvolvimento de competências práticas;

  • entendo a ciência de dados como instrumento de resistência, de contraponto à pós-verdade e precisava, além de discutir conceitos e facilitar a aprendizagem prática, fazer discussões sobre a responsabilidade social, política e ética na manipulação de dados.

Precisei rever o planejamento do curso algumas vezes. Se existe um termo-chave para o ensino remoto e, de maneira mais generalista, para a pandemia, esse termo é adaptação. Em discussão com os estudantes, tudo caminhou bem e, ao final, as resistências ao uso do R como plataforma para análise dos dados e produção de instrumentos de comunicação foram quebradas e o entendimento dos riscos éticos potenciais na manipulação de dados foram entendidos. Pelo menos é o que percebi pelo retorno dos estudantes e pelas nossas interações.

Tenho dito aos estudantes que o meu papel como professora-tutora é desvelar as possibilidades. Mas quem vai explorá-las, são os estudantes.

Na disciplina Logística, também ministrada no segundo semestre de 2020 para o curso de Administração, revisitei uma temática que há tempos leciono mas que, mais uma vez, quis apresentar sob uma perspectiva mais crítica. Deixo para o apêndice de manifestos deste memorial a argumentação crítica em relação aos processos logísticos como cada vez mais necessários e menos responsáveis social e ambientalmente.

Iniciamos esta semana25 o primeiro semestre letivo de 2021. Estou com excelentes expectativas de retomar o processo urbano como contexto das discussões junto ao mestrado em Administração. Vou ministrar o curso Métodos quantitativos para suporte à decisão na gestão urbana. Pretendo estudar muito e explorar o planejamento das cidades não apenas pelo conhecimento produzido pela Arquitetura e Urbanismo. Pretendo estudar e aprender junto com os estudantes conceitos relacionados à “Urban Analytics” e seus desdobramentos na representação computacional do espaço (geocomputing) e das análises possíveis como instrumento de suporte à decisão.

Meus equipamentos de batalha para este semestre que se inicia já estão a postos!

Livros

Figura 3.3: Livros

Mais livros

Figura 3.4: Mais livros

E mais livros

Figura 3.5: E mais livros

Ao longo dos meus 15 anos de CEFET-MG, tive muitos estudantes sob minha orientação. Orientei projetos de iniciação científica júnior, de iniciação científica, de trabalhos de conclusão de curso e dissertações de mestrado. Alguns dos estudantes de Iniciação científica são listados abaixo.

Estudante Projeto Ano
Alice Fernandes Lages Ferreira Determinação de Cadeia de Suprimentos Reversa para Cervejas Artesanais produzidas na Região Metropolitana de Belo Horizonte 2016
Almir Silva Ribeiro Junior Análise das preferências dos potenciais consumidores em relação à acessibilidade a pontos de coleta e entrega de encomendas em Belo Horizonte 2019
Caio Vitor Malacco de Lima Macroanálise Ferroviária: propostas para o Brasil 2017
Caio Wanderson Nunes Alves Agricultura urbana como instrumento de construção de Livable Places 2018
Camila Silva Coelho Avaliação da Distribuição Urbana de Mercadorias em Cidades Médias 2016
Camila Silva Coelho Análise da acessibilidade urbana em Belo Horizonte 2018
Camilo Santana Melgaço Análise da acessibilidade urbana em Belo Horizonte 2018
Guilherme Fonseca Graciano Produção e distribuição urbana de hortaliças na região metropolitana de Belo Horizonte: uma abordagem social 2017
Ian de Paula Caliari A acessibilidade como instrumento de promoção de qualidade de vida em centros urbanos 2018
Ian de Paula Caliari Análise Espacial Aplicada à Logística Urbana 2016
Ian de Paula Caliari Análise Espacial Aplicada à Logística Urbana 2016
Igor Santos Paranhos Análise Espacial Aplicada à Logística Urbana 2016
Karen Carolina Martins Julião Modelagem espacial da distribuição de mercadorias em cidades brasileiras 2017
Marcela Cristina Costa Branco Análise das preferências dos potenciais consumidores em relação à acessibilidade a pontos de coleta e entrega de encomendas em Belo Horizonte 2019
Mariana Souza Lima Avaliação das diretrizes curriculares das Engenharias no CEFET-MG: um estudo baseado em competências e habilidades 2018
Pedro Henrique de Andrade Fabossi Análise das preferências dos potenciais consumidores em relação à acessibilidade a pontos de coleta e entrega de encomendas em Belo Horizonte 2019
Suellem Cristina Ferreira Produção e distribuição urbana de horaliças na região metropolitana de Belo Horizonte: uma abordagem social 2017
Suellem Cristina Ferreira Avaliação da Distribuição Urbana de Mercadorias em Cidades Médias 2016
Thiago Henrique de Oliveira Faustino Investigação da viabilidade operacional de bicicletas elétricas em Belo Horizonte e dos impactos no acesso 2019

Recebi estudantes/estagiários da França, Alemanha, Polônia, Sérvia e Jordânia por meio do convênio entre a Secretaria de Relações Internacionais do CEFET-MG e a ABIPE (Associação Brasileira de Intercâmbio Profissional e Estudantil).

Cyprien Legros

Figura 3.6: Cyprien Legros

Jonathan Reith

Figura 3.7: Jonathan Reith

Joanna Wilkolek

Figura 3.8: Joanna Wilkolek

Neda Marjanovic

Figura 3.9: Neda Marjanovic

Espero que minha história com o CEFET-MG não se encerre por aqui.


  1. Houve períodos de licença maternidade em 2009 e 2012 e o período de licença para capacitação entre 2011 e 2014 nesse período.↩︎

  2. E eu adoro uma aventura: coordenar o doutorado com mais um filhote a caminho. Confesso que os filhotes são maravilhosos, mas a limitação cognitiva hormonal durante a gravidez e o puerpério são um pouco restritivas!↩︎

  3. Toda mãe merece um segundo filho; tudo é mais leve e gostoso. Aprendemos que bebês são uma fortaleza e os seres mais adaptáveis e resilientes do mundo.↩︎

  4. Eleita para 2021-2023↩︎

  5. Eleita para 2021-2023↩︎

  6. Tudo novo de novo! Adoro!↩︎

  7. Para registro temporal deste documento - 17 a 21 de maio de 2021.↩︎