Capítulo 3 - Conhecendo o R
Usando o R pela primeira vez, e não se estressando com isso
Vamos instalar e usar o R pela primeira vez! Bora?
Por Marcos Vital, do LEQ-UFAL
Este material foi construído com a ajuda de muitas pessoas que acreditam no LEQ e em Ciência Livre. Muito obrigado!
Para mais material, visite o Cantinho do R
Capítulo atualizado em 2017-01-07
Então vamos lá pessoal! Ainda temos um bocado de pano pra manga sobre o R, suas vantagens (e desvantagens) e outras coisitas a mais, mas neste momento acho que o bacana é parar um pouco com o blábláblá e partir para o uso. Daí, na medida em que vocês forem se acostumando com o sistema, nós vamos conversando um pouco mais a respeito, belezinha?
3.1 - Instalando o R
Tem que começar por aqui, né não?
Pois então, pra começar é claro que tem que instalar! Não prevejo muitas dificuldades nesta fase, pois a instalação é bem simples e direta.
Bom, pra começar é claro que temos que acessar o site, então comece clicando aqui. Lá dentro, você não verá um link para download com letras garrafais, então continue aqui comigo um pouquinho que eu te mostro o caminho se você estiver usando Windows (mas não deve mudar muito em outros sistemas operacionais).
Para começar, vá ali no lado esquerdo e, abaixo de download, clique em CRAN.
Feito isso, escolha um dos servidores para baixar o programa. Meio que tanto faz, mas a velocidade pode variar de servidor pra servidor, e a recomendação geral é escolher um que seja geograficamente próximo de você.
Agora escolha o seu sistema operacional, não tem muito mistério aqui.
E agora clique em base, que é a opção para nós mortais que apenas vamos usar o R; as outras opções são para pessoas que querem modificar o programa.
Olha o link grandão ali! Pode baixar e instalar, tem erro não. :D
E o tal do Rstudio?!
Pois então, mais adiante falaremos sobre isso. Mas para adiantar um pouco da ideia, o que rola é que o R pode ser instalado e usado em seu formato mais básico, tipo “saído de fábrica”, pelo caminho que mostramos acima. Mas esta não é a única maneira de usar: existem programas que adicionam algumas funcionalidades, atalhos e coisas assim, e o Rstudio é o mais famoso deles. Se você está aqui usando o R pela primeira vez, o mais importante é saber que o R é o R, não importa se você está abrindo o programa basicão diretamente ou usando outra ferramenta “por cima”, pois o comandos que vamos aprender a seguir funcionam deo meus jeito. Mas não se preocupe, depois falamos mais disso, belezinha?
3.2 - Bora usar o R pela primeira vez!
Vamos lá?
Se você acabou de abrir o programa, verá duas coisas: a janela do programa em si, grande e ocpuando a tela, com um menu curtinho com alguns ícones; e uma janela dentro dela, secundária, com o nome de R Console. O console é o espaço onde rola toda a comunicação com R (pois é, estamos falando de uma linguagem de programação, então no fundo o que temos é um bate papo com o programa!).
Dentro do console aparecem umas informaçõezinhas sobre a versão do R, a lincensa de uso, instruções de como citar e um pouquinho sobre o sistema de ajuda. Como estamos aqui fazendo um tour guiado, não se preocupe agora com essas coisas, certo?
Então, a esta altura você já deve estar perturbado com o cursor ali dentro do console, vermelhinho e piscando, comos se estivesse dizendo: “e aí, não vai fazer nada não?” Então vamos começar logo a falar com o R, pode ser?
Vá lá. Respire fundo e digite uma simples operaçã aritmética, depois tecle enter. Tipo assim:
2+2Se você fez direitinho, o R vai mostrar a resposta, mais ou menos assim:
## [1] 4A única diferença entre o que aparece aqui neste documento e o que você vai ver na tela do seu R são os dois hashtags que aparecem no começo da minha resposta. ;)
E aí, até aqui tudo bem? Vamos continuar, então. Daqui pra frente eu vou mostrar o código seguido do resultado, certo? Podemos continuar bricando um pouco com outras operações. Por exemplo:
5*7## [1] 35O símbolo usado para multiplicação é o *, beleza?
Agora vamospara uma divisão, usando a / como operador:
15/6## [1] 2.5Note que o R usa . como separador decimal.
Para não faltar uma subtração:
13-72## [1] -59Pois é, o R funciona como uma calculadora quando você precisa. Pode parecer a coisa mais besta do mundo, mas vou dar aqui uma pequena sugestão: daqui pra frente, sempre que estiver no computador, use o R para fazer contas. Esqueça a calculadora do windows ou qualquer coisa do tipo! Sério!!
Então, o que rola é que por mais besta que parece ser fazer isso, na verdade há uma razão prática: o hábito. É que uma das barreiras para as pessoas que estão começando a aprender R é justamente aquela estranheza de se usar um programa assim em linhas de comando. Essa estranheza começa a sumir com o tempo, e quanto mais você usar o programa, mais vai se sentir à vontade com ele, mesmo enquanto o usa para tarefas assim, totalmente triviais. ;)
Mas tio, eu queria uma calculadora científica, sabe?
Então seus problemas se acabaram!!! :D
Vamos lá, esticando um pouco o uso como calculadora, você pode fazer outras brincadeiras também. Por exemplo, vamos calcular uma potência? Lá vai:
3^4## [1] 81Isso mesmo, o R entende que o ^ indica potência, no sentido de que em x^y ele entende “x elevado a y”. Agora, como os nossos teclados em português esperam que um acento apareça em cima de uma volga, quando você usar a tecla ^ o R não vai mostrar nada na tela, pois ele fica meio que esperando uma vogal, saca? Mas não tem erro: basta apertar a barra de espaço, que ele entende que você quer apenas o acento ali, solto, e faz ele aparecer na tela. Tranquilo?
Agora bora calcular uma raiz quadrada? Va rolar uma coisa meio diferente, olhem só:
sqrt(10)## [1] 3.162278Taí, calculamos a raiz quadrada de 10. Mas aí você pode estar pensando: o que demônios é “sqrt”, e como diabos eu ia saber como usar essa parada?
Então, sqrt é uma função, um dos elementos fundamentais do uso do R. Uma função é tipo uma ordem, algo como “R, faça isso pra mim” (nem precisa pedir por favor, o R sempre faz, ele é super bonzinho e obediente).
A mecânica básica da coisa é sempre a seguinte: função(argumentos). A função é o que você pede, e os argumentos são os detalhes do pedido. No caso acima, sqrt(10) significa, pro R, dizer o seguinte: “R, calcule a raiz quadrada de 10 e me mostre o resultado”.
Uma função pode ter mais de um argumento, e aí nós sempre vamos usar a boa e velha vírgula para separá-los. Sepre, ok, a regra é clara, argumentos separados por vírgula. Vamos usar o cálculo de um logarítmo como exemplo disso:
log(900, 10)## [1] 2.954243Aqui a nossa ordem pro R foi “R, calcule o log de 900 na base 10”. Bacana, né?
Mas peraí, Marcos, parece fácil com você mostrando assim, pois você já sabia que o nome da função é log, e também já sabia que os argumentos eram esses dois (número e base). E se eu não souber? E se eu esquecer? Aimeudeusdocéuajudaporfavor!!!!
Calma! Muita calma. Por enquanto estou apenas mostrando um pouco do funcionamento do programa, para vocês irem se acostumando. Aos pouquinhos, porém, vou mostrar mais coisas, como o sistema de ajuda, por exemplo. Não é hora de aprender isso ainda, mas se você for uma pessoa ansiosa e quiser dar aquela espiada lá na frente, execute o seguinte comando:
?logIsso vai fazer o R abrir uma página de ajuda da função log, detalhando como ela funciona e tals. Mas depois conversaremos em detalhes sobre essa paradinha, certo?
E aí, até aí tudo bem?
Usar o R pode ser bem estranho para iniciantes, pois este lance de linha de comando é meio esquisitão mesmo para quem nunca teve experiência com isso. Mas pode acreditar, esta sensação vai passando aos poucos, e com o tempo as coisas vão ficando mais fáceis e naturais. Por enquanto, é importante ter paciência, não se estressar com os eventuais erros (acredite, eles vão aparecer, e no começo serão muitos!) e continuar o aprendizado. Vocês já devem ter ouvido falar por aí (de repente eu mesmo falei por aqui e já esqueci, haha) que o R tem uma curva de aprendizado meio íngreme, e isso é a mais pura verdade. O lance é conseguir passar as dificuldades iniciais, que com o tempo a vida vai ficando mais e mais fácil. Usar com frequência ajuda: nestes momento iniciais, deixar de usar por muitos dias e tentar começar de novo é sempre meio difícil. Então não deixem de praticar!
Então, galera, nós mal estamos começando, mas vou parando por aqui. Prefiro dividir este nosso livrinho em capítulos curtos, de forma que vocês podem acompanhar no ritmo que acharem legal, sem precisar largar no meio de um capítulo longo demais. Depois continuamos a trabalhar, certo?
Abração!
Este documento faz parte do material que disponibilizo no meu blog, o “Cantinho do R”, e foi foi criado utilizando o software R, o programa RStudio, a linguagem Markdown e o publicado com a ajuda do pacote Bookdown. Para saber mais sobre eles, acesse:
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