Introdução

A construção social da desigualdade de oportunidades entre brancos e negros condiciona a sua forma de viver como grupos sociais. Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2011, aponta que 63,7% dos brasileiros entrevistados acreditam que a cor ou raça influencia na vida. O estudo “Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça” coletou informações em 2008, em uma amostra de cerca de 15 mil residências realizada em cinco estados e no Distrito Federal. Além disso, como será demonstrado ao longo do trabalho, dados do censo de 2010 do IBGE sobre diversos aspectos sociais divididos por bairros da cidade de Salvador, mostram como bairros com uma maior porcentagem de pretos/pardos são, em sua maioria, os mesmos com uma qualidade de vida inferior, se tratando da taxa de analfabetismo, média salarial, taxa de mortalidade, entre outros. As desigualdades sociais e de renda entre diferentes cores/raças, de acordo com Lovell (1992) e Wood e Carvalho (1994), podem ser interpretadas de dois pontos de vista. O primeiro refere-se à herança escravocrata que ainda permeia as relações sociais no Brasil, redundando em um tratamento inferior para os negros e pardos e consolidando a sua participação nos estratos inferiores da sociedade. O segundo ponto remete à discriminação na nossa sociedade se baseia em um preconceito negativo com relação aos mais pobres ao invés de raça. Levando-se em conta, entretanto, que, em sua maioria, os mais pobres são os pretos/pardos, a discriminação contra os pobres com discriminação racial passa a ser muito confundida. Este trabalho, por fim, fará uma análise estatística de tais fatores citados acima, entre outros e será, portanto, mostrado a influência e relação que a cor/raça possui socialmente na vida dos moradores da cidade de Salvador.